Prisão e liberdade

Remisson Aniceto

À noite, o rosto nas grades da janela
Do colégio interno onde estudava,
Perguntei ao padre que cidade era aquela,
Toda escura, de onde nada se escutava.

Aos domingos, muita gente lá passeia
E outras, brancas, imóveis _ serão guardas?
Em novembro de flores fica cheia
E de velas as finas ruas enfeitadas.

_ Que cidade é esta, diz pra mim, 
Que me atrai com seus noturnos mistérios?
O padre me olha sério e diz por fim:

_ Ali moram reis e rainhas de finados impérios,
Ricos, pobres, crianças, todos que dormem, enfim...
Aqueles muros brancos, filho, são os muros do cemitério.

Remisson Aniceto

Gentileza http://remissonaniceto.bligoo.com 

Ir a índice de América

Ir a índice de Aniceto, Remisson

Ir a página inicio

Ir a mapa del sitio